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Ir Embora '8 de Copas'

Atualizado: 23 de mar.

Desde que comecei este blog, sempre tive a intenção de escrever sobre duas cartas em específico: o 8 de Copas e o 10 de Espadas. Essas cartas tiveram um impacto profundo em mim enquanto as estudava e, na minha vida — e acredito que na vida de muitas outras pessoas —, quando aparecem em uma leitura, costumam contar uma história bastante linear e trágica (risos).


Quero muito escrever textos mais animados, eu prometo! Mas, por enquanto, sinto que preciso expressar primeiro o que mais ocupa meus pensamentos. Ainda assim, o Tarot tem cartas vibrantes e cheias de energia. Na verdade, todas possuem um lado mais colorido e outro mais sombrio, mas a energia predominante de algumas é extremamente positiva. E sim, pretendo falar sobre elas em algum momento!

8 de Copas

O 8 de Copas, nessa representação, conta uma história. O homem na imagem tinha oito copas e tentava equilibrá-las e dividi-las de maneira igual — 2/2, 2/2 ou 4/4. Ele sabia que era possível, afinal, oito é um número par, e essa divisão deveria ser possível. No entanto, por mais que tentasse, as copas não permaneciam equilibradas. Insistiam no desequilíbrio, e isso era frustrante. “Por que elas não ficam como eu tento deixá-las? Por que não se dividem por igual?”


A Lua encobrindo o Sol simboliza a intuição se sobrepondo à razão, ao que é visível e iluminado. Ou seja, é evidente que oito é um número par e que, em teoria, as copas poderiam ser igualmente distribuídas; mas à medida que o desequilíbrio persistia, o homem começou a perceber que não era uma questão de capacidade ou possibilidade, e sim de vontade — de querer.


Cansado de insistir, ele abandonou as copas e seguiu em frente. Ele sabe que, mais adiante, poderá encontrar novas copas — e talvez essas estejam dispostas a se equilibrar. Mas, mesmo com a incerteza de um futuro melhor, essa dúvida é mais valiosa do que o desgaste de insistir em um presente imutável.


Copas é o naipe das emoções, dos sentimentos, das nossas águas internas. E o 8 de Copas é uma carta que fala sobre situações — especialmente emocionais — em que nos encontramos tentando, insistindo. Assim como na história, muitas vezes nos vemos presos em situações nas quais insistimos porque sabemos que "8 é par", ou seja, acreditamos que a situação pode se resolver. Parece claro que há um caminho para que tudo fique confortável, incrível, até perfeito… O potencial é enorme!


Mas, mesmo com todo esse potencial, esforço e insistência, a situação não melhora, não evolui, e o desgaste nos consome. O erro não está em tentar, mas em não saber a hora de parar. Está em resistir à necessidade de deixar que a Lua encubra o Sol — ou seja, em continuar ignorando a nossa intuição, aquela voz interna que sussurra: "Olha, isso não vai mudar. Melhor ir embora."


Em um dos meus livros de Tarot, há uma mensagem que resume bem o conselho dessa carta:

"Não tem mais nada para você aqui. Então não perca tempo, pegue suas coisas o mais rápido que puder e vá embora. Não tem mais nada para você aqui!"


Ao ler isso, senti uma certa urgência na escrita, como se tivesse apenas 30 segundos para arrumar as malas e partir correndo — tipo uma prova do líder. E quando refletimos sobre isso, percebemos que é realmente urgente. Não que precisemos sair em 30 segundos, mas quanto mais demoramos, mais difícil se torna partir. E mais de nós mesmos deixamos preso naquele lugar, tornando o processo de cura mais longo e difícil.


A próxima carta, o 10 de Espadas — que ficará para o próximo post —, dá continuidade à história, mas sob a perspectiva de alguém que não seguiu os passos do homem do 8 de Copas. Em vez de partir, essa pessoa decidiu insistir em tentar organizar o "8 é par".


Na imagem, o 8 de Copas do Universal Waite Tarot Deck.

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