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Retomar as rédeas da vida!

Depois do meu ultimo post venho me sentindo meio elétrico. Tenho a mania de ficar relendo os posts depois de postados como uma forma de terapia, onde eu releio e releio e depois reflito e reflito... é uma maneira de me conectar comigo mesmo e uma forma de entender melhor o que sinto. E depois do meu último post, e de ter relido e relido, me deu um súbito de 'retirar a espada' (quem vem acompanhando o conteúdo irá entender) e seja o que 'Deus quiser'.


Com isso eu acabei voltando a retomar as rédeas da vida e, consequentemente, voltando a fazer as coisas que há muito eu tinha abandonado (fazer o que deve ser feito) - levantar da cama e cumprir meus deveres; e qualquer outra coisa que não seja ficar deitado esperando o dia passar. Com isso eu quero chegar no ponto que: esse movimento de tomar as 'rédeas' me fez lembrar de uma carta, a carta do Carro. Que por coincidência em algumas representações temos de fato um personagem literalmente segurando as rédeas de uma carroça, cavalo...


Para essa reflexão eu vou trazer um deck mais lúdico e que me permita explorar um ponto mais subliminar dessa carta. Nesse caso o deck da Floresta Encantada, em que a carta do carro recebe o nome de O Vento das Fadas. E, curiosamente, o primeiro Arcano Maior a ser trazido aqui no blog.

Carta do Carro, Forest Of Enchantment Tarot ou, Tarot da Floresta Encantada.

Na imagem, o espectador tem a sorte de presenciar um momento único na floresta: um corredor de fadas, voando e batendo suas asas tão forte que o vento chega movimenta as copas das árvores de maneira a produzir um som que pode ser ouvido à distância, e leva consigo com uma intrigante fragrância de musgo, flores e mel. As fadas voam impetuosamente, determinadas e velozes, perseguindo seja lá o que elas estiverem atrás ou indo fazer o que seja lá que elas forem fazer; seu destino é um mistério.


E do mesmo jeito que as fadas seguem seu caminho, assim o observador deve fazer! Há diversas histórias de pessoas que foram capturadas pelo Vento das Fadas e foram deixadas pelo meio do caminho a muitos quilômetros de distância de onde estavam. Ainda assim, testemunhar esse evento é tido como um bom sinal, acredita-se que trás o presságio de que seus esforços vão ter sucesso contanto que você continue em frente com confiança, do mesmo jeito que as fadas seguem vibrantes no seu caminho.


Essa carta - na verdade todo esse deck - é extremamente imersivo, nos sentimos realmente dentro de uma história de fantasia. Mas voltando para a reflexão gostaria de adicionar, mudando da água para o vinho, um pensamento que tive há um bom tempo atrás depois de ter visto um documentário na Netflix, chamado Pop Star Academy: KATSEYE, e como é de se imaginar pelo nome, trata-se de um documentário sobre um grupo de K-pop.


Mas o que esse documentário tem a ver com a história das fadas?


Eu me lembro que quando vi esse documentário - com meninas de 16 a 18 anos, em sua maioria, de diversos locais do mundo viajando para outro país (visto que o local de gravação era nos EUA, inclusive tem uma brasileira no elenco) e sendo submetidas a um treinamento extremamente rigoroso - tive um sentimento de certa admiração. Para aqueles que não sabem, o sistema coreano de treinamento para jovens que desejam se tornar artistas pop é extremamente pesado.


Em resumo, as meninas foram submetidas a uma intensa rotina de aulas e treinamento de dança e canto, alem da exigência de constantemente estarem decorando e praticando coreografias; sendo analisadas, pontuadas e ranqueadas ao final de cada ciclo. A intensa jornada de aulas e treinos durava praticamente 15 horas por dia todo dia, as treinnes, como a chamavam, acordavam cedo para as aulas e depois ficavam praticando até perto da hora de dormir, quando finalizam suas atividades (eu realmente aconselho assistir ao menos uns 2 episódios desse reality). E lembrando: são crianças/adolescentes, a maioria ainda não atingiu sequer a maioridade.


É um tremendo foco e esforço, principalmente considerando que elas se quer tinham a certeza se iriam conseguir debutar (serem efetivadas como membros do grupo a qual o programa se proprunha formar) afinal, como todo reality, a quanditade de participantes, uma média de 20 garotas, era extremamente superior ao numero final de vagas, apenas 5. Algumas inclusive acabavam se lesionando, lesões graves, por causa do treinamento excessivo... Enfim, vale muito a pena assistir justamente por toda essa perspectiva de comprometimento e determinação que as participantes demonstravam constantemente em cada episódio.


Agora eu acredito que já esteja ficando um pouco mais fácil de perceber aonde eu quero chegar, assim como as fadas na floresta as meninas desse reality demonstram uma enorme força de vontade e foco para perseguir seu objetivo. A sua meta é clara, e mesmo sem saber se vão conseguir, a certeza que elas têm é uma só: a única forma de não conseguir é não tentando. Enquanto elas têm uma chance, elas estão dando o melhor de si.


Uma coisa muito interessante que esse deck da Floresta Encantada traz é justamente a forma como podemos nos inspirar na determinação alheia. Não é inveja, é admiração, é a capacidade de olhar e se deixar inspirar. É aquela sensação de: se ele consegue é porque é possível, e se é possível, eu também posso. Claro, não é fácil, mas é justamente por isso que nos inspiramos, e o segredo está no caminho pecorrido. O resultado final causa esplendor, mas ele é o produto, o resultado ao fim de um processo.


A trajetória é de fato o que importa. Veja bem, as fadas possuem sua determinação e seu foco tão vibrantes, que receberam até um presságio de bom sinal mesmo sem ninguém saber o seu objetivo: o que elas estão indo fazer? Por que tanta pressa? Aonde estão indo? Afinal, nada disso de fato importa, claro, causa curiosidade; mas o fato é que elas inspiram, sua determinação e foco causam um sentimento de admiração - é o exemplo que inspira.

A Carta do Carro no Rider Waite

Trago agora uma representação mais clássica dessa carta - O Carro - que tem esse cavaleiro em um carro de batalha sendo puxado por duas esfinges e, assim como as meninas do reality, está deixando sua cidade para ir lutar suas batalhas. No teto de sua carruagem, assim como no topo de sua coroa, vemos uma estrela de oito pontas fazendo referência simbólica aos sonhos e desejos do cavaleiro, é a estrela guia que nos mostra o caminho. Ele não está apenas saindo em uma viagem no automático sem motivo claro, ele está indo atrás de seus sonhos, é uma metáfora - o guerreiro que está disposto a enfrentar uma batalha para conquistar o que deseja.


E perceba que os dois 'cavalos' (aqui esfinges) precisam seguir uma mesma direção, se por acaso cada uma for para um lado o carro não sairá do lugar do mesmo jeito que, se uma decidir ficar empacada, mesmo sendo puxado, o carro seguirá devagar. Isso é apenas mais um modo simbólico de falar que precisamos ter um foco, um sentido, e, assim que estabelecido, precisamos colocar todos os nossos esforços nele para alcançar o nosso objetivo; como as fadas, que unidas e numa mesma direção, sem querer, acabam por carregar aqueles que ficam em seu caminho, afinal sua comitiva acaba por forma uma corrente de vento tão forte forte - O Vento Das Fadas - que tem a capacidade de conduzir os curiosos e desafortunados por longas distâncias.


E o mais importante, assim como na lenda das fadas as histórias alertam para o perigo ao tentar segui-las - pois os curiosos ao tentarem descobrir o seu objetivo ou destino acabavam por apenas ser carregados e deixados quilometros de distância depois - o cavaleiro no carro também segue a sua estrela, seus sonhos e desejos próprios, estando disposto a lutar por eles se for preciso. Logo, devemos nos atentar para ter a certeza de que estamos indo atrás daquilo que queremos, e não perseguindo sonhos e espectativas alheias; pois todos temos a nossa estrela, acima brilhando, exatamente no ponto de chegada que nos pertence, devemos mante-la sempre a vista .


Pessoalmente não tenho muito a ideia de para onde a minha estrela está me levando, qual é afinal esse ponto de chegada, mas eu consigo vê-la. E eu confio que o que estou sentindo está me levando exatamente aonde eu devo chegar, e o mais importante: que talvez eu esteja exatamente onde eu devesse estar, que tudo que aconteceu foi para que agora, eu esteja conseguindo vê-la, afinal, fazia tempo que eu não sentia que minha vida tivesse um rumo, uma direção.


É quase como se eu tivesse que ter me perdido para agora poder achar o caminho. A filosofia estoica tem uma coisa muito bonita, assim como todas as filosofias que acreditam em cosmos, que é: nada do que acontece ao ser não é próprio do ser; em outras palavras, tudo que acontece em nossa vida acontece porque era para ter acontecido, aconteceu porque era necessário que acontecesse. É como quem diz que "nada é por acaso, tudo tem um porquê!". Logo, por mais difícil que seja, tudo que precisa te encontrar, te encontra. E tudo que te encontra é porque precisava te encontrar.


Nas imagens O Carro do Universal Waite Tarot Deck e Forest Of Enchantment Tarot.

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