Taylor você prometeu! '3 de Espadas'
- Patrick Padilha

- 27 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 28 de mai.
Essa é uma carta muito popular, acho que quase ou até mais que o próprio Louco. Essa é uma das cartas que se um deck não tiver uma boa representação eu já fico sem vontade de adquirir. Não obstante, eu tenha tatuado essa carta no meu braço, ela definitivamente é uma carta muito simbólica. A referência de 3 espadas atravessando um coração é um símbolo quase que universal; só de olhar, já conseguimos sentir a dor a que se propõe representar.

Uma coisa muito bonita, quando se estuda essa lindinha, é o fato de ela se tratar de um número '3'. A numerologia se refere a crescimento, expansão e o alcance do sagrado. É como se a carta por si já dissesse: "esse momento é perfeito para a evolução, para o crescimento". É a dor que ensina, a dificuldade que, quando superada, avança um nível.
Essa carta fala sobre dor, sofrimento, algo tão forte que se assemelha a espadas enfiadas no coração. Claro que todos os casos românticos podem se encaixar, mas ela é tão profunda que um de meus livros considera a dor dessa carta compatível com a dor sentida com a morte de um parente (pai, mãe, filho, irmão...). É uma dor que marca, que, mesmo sendo estancada, vai deixar uma cicatriz. Você nunca mais vai ser o mesmo, porque ela vai te mudar, como eu disse, é uma expansão.
E não tem como fugir, né? Afinal de contas, não existe evolução sem sofrimento e, considerando que a existência consiste na evolução, por toda a nossa vida vamos tendo momentos e mais momentos de 3 de Espadas. Cicatrizes que vão nos deixando 'casca grossa'.
Sabe, eu tive muita evolução desde o ano passado, muita coisa mudou e muitas outras sumiram e surgiram. Mas, cara, como é difícil parar de sentir a dor, esse incômodo, essa sensação de vazio. Porque quando algo sai da sua vida a dor vem e, apesar de ser ruim para um kct (desculpa a expressão), ela preenche. Ela serve como um tampão: "pronto, problema de vazio resolvido".
E aí, quando você vai se recuperando e o alimento dela vai se rarificando, ficando escasso, ela começa a sumir e aí o vazio começa a aparecer novamente. E aí vem a falta, a falta de estar completo, e nesse momento a gente se apega à dor novamente. A gente revive ela com lembranças — pega o alimento e enfia goela abaixo para que ela se torne forte e presente de novo.
É assim que eu me sinto, é uma dor desconfortantemente confortável. É uma ótima justificativa para ficar o dia todo deitado na cama e se sentindo bem por ter uma ótima desculpa. "Tudo bem, posso ficar aqui o dia todo porque eu estou mal, amanhã eu tento de novo", e aí o ciclo se repete.
A dor precisa sangrar, infelizmente, ela precisa ser sentida de maneira viva. É assim: algo acontece e a espada atravessa... pronto, a dor vem, é inevitável, afinal, você foi atravessado. E tudo bem, nesse momento, querer chorar e ficar desse jeito, já é muito para processar. Mas, quando o choque diminui, precisamos remover essa lâmina, não dá para viver eternamente com ela ali atravessada. Mas, se a primeira dor já foi por si só horrível, a ideia de mexer nessa espada e remover ela é assustadora.
Mas sim, você precisa sentir de novo, sentir o vazio o buraco que foi deixado. Não dá mais para ficar procurando se distrair e tampando tudo com álcool, drogas e sexo (pelo menos foi o que funcionou comigo por um tempo). Chega uma hora que inflama, e a agonia bate forte, e aí precisa puxar, tirar para sangrar e cicatrizar. É uma dor diferente, mas é de novo aquele desconforto - e eu sei é injusto, eu sei.
Agora um momento de desabafo:
Porra (desculpa de novo), é muito injusto eu ter que causar essa dor a mim mesmo, sendo que não fui eu que pedi para ser atravessado, não fui eu que botei a fu*** espada ali, por que eu tenho que passar por essa dor de novo e, pior, por que eu que tenho que puxar ela?
Mistérios da vida, como em O Auto da Compadecida: "não sei, só sei que foi assim", é a vida.
Enfim, tudo isso para dizer que cheguei nesse ponto. A minha vida está um saco, eu não aguento mais esse tédio, esse vai e vem de sentimento e essa sensação de estafa. Eu sinto que a dor não é mais pela falta, é costume. Força do hábito, tanto que, quando paro para racionalizar eu vejo que não tem motivo e eu nem quero estar mais sofrendo. Por quê? Por quem? Vale nem a pena, sabe, sofrer por uma ideia?
Porque o objeto da minha admiração nunca existiu, só na minha cabeça (claro, no meu caso que se refere a um término de namoro e não à morte de alguém, ao menos não literal), e na realidade é bem diferente do que idealizei, desprezível para ser mais exato. Sabe? Ele não é digno de sofrer, eu sim, sou digno de pena o que também não é um sentimento que quero provocar, afinal, não sou uma 'galinha'.
Dia dos Namorados chegando e a gente começa a ficar reflexivo, e esses pensamentos começam a ficar rondando a minha mente. Eu li que o processo de superação de um término de relacionamento, dependendo da intensidade e do tempo, pode durar até 2 anos... tá ligado? 2 fu*** anos, gente, é tempo demais. Eu não sou herdeiro pra passar tanto tempo assim sofrendo, sério... por favor universo, vamos cortar esse tempo aí pela metade. Como a poeta contemporânea Taylor Swift disse: "...e o que parecia ser destino, de dez meses e você terá superado..."
Na imagem, o 3 de Espadas do The Wild Unknow Tarot Deck & Guidebook.


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